A capoeira pode ser usada tanto na socialização de jovens e adultos, quanto como prática de atividade física. O Grupo Senzala e o Fecaes são fortes incentivadores dessa cultura.
Grupos do estado incentivam a prática de Capoeira
No Clube dos Oficiais, em Jardim da Penha, e nas sedes do Caoca, localizadas em bairros de Vitória e Vila Velha, o professor Franquismar Sales oferece aulas para crianças de 8 a 16 anos. Trabalhando paralelamente com os dois projetos há onze anos, ele une as entidades uma vez por mês para incentivar a socialização dos participantes com outros grupos.
“A capoeira é o único esporte que não faz diferença de classe social. Quando você coloca o uniforme, todo mundo se torna igual. Para as crianças é um motivo a mais para incentivar a prática”, comenta Sales.
Projetos como esse, são apoiados pela Federação de Capoeira do Espírito Santo (FECAES), que também são idealizadores de outras atividades. “Iniciamos um projeto piloto no Bairro Andorinhas na última semana que tem surtido o efeito desejado. Oferecemos aulas de capoeira duas vezes por semana para que possamos retirar das ruas crianças, jovens, adolescentes e adultos”, comenta o diretor institucional para assuntos estratégicos da federação, Bert Karl Breuel.
O FECAES é a entidade responsável pela administração e organização da capoeira no Estado. Fundada em 20 de fevereiro de 1997. Atua indicando, capacitando e qualificando professores.
Arte, esporte, forma de socialização. A capoeira é isso e muito mais. Segundo Daniel Delvano, professor de capoeira há três anos do Grupo Senzala, ela pode ser trabalhada como estímulo para crianças e adultos. As pessoas não procuram mais as aulas como forma de defesa pessoal, mas sim como uma forma de higiene mental e prática física.
Guilherme Ferrari, ex pratricante, diz que começou a cinco anos por causa da timidez. “Como ela é feita em grupo, existe uma interação entre as pessoas e isso me ajudou muito. Além disso, consegui achar o equilíbrio de corpo e mente", conta.
História
Hoje, espalhada por todo o mundo, a capoeira deixou de ser marginalizada e no dia 15 de julho de 2008 passou a ser reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Combinando elementos de dança, jogo e luta, ela surge no Brasil como símbolo de encorajamento e desejo de libertação dos escravos vindos da África Ocidental. Originária do tupi-guarani, a palavra Capoeira (caá-puêra: caá = mato, puêra = que já foi), refere-se às áreas de mata rasteira queimada onde aconteciam as lutas durante a fuga.
Segundo o professor Daniel Delvano, a música é um dos principais componentes da arte e determina o estilo e ritmo do jogo na roda. Para embalar as melodias, o instrumento fundamental é o berimbau, feito de bastão de madeira envergado por um cabo de aço em forma de arco e uma cabaça, usada como caixa de reverberação.
Assista:
- Confira o trailer: Produção nacional homenageia Mestre Besouro, um dos grandes mestres de capoeira de todos os tempos
- Mandinga em Manhattan: Documentário explica as origens desta arte que faz parte da cultura nacional, confira um trecho.
- Mestre Bimba: Assista o trailer do documentário que homenageia o mestre, que fez da capoeira a arte que é hoje
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Sites Relacionados:
- Visite o site de um dos representantes do grupo Senzala no Espirito Santo
http://www.rodrigosenzala.com.br/
- Dicionário da capoeira no Brasil - significado das palavras usadas na roda
http://www.capoeiradobrasil.com.br/
Texto: Henrique Henning, Larissa Busato e Laysa Maruf
Fotos: Laysa Maruf
