Ociosidade Sedentária

Tá fazendo nada? Senta aí e aproveita!

Desculpe-me pelos meus futuros colegas

Escrevo a vocês para pedir desculpas pelo transtorno que meus colegas de A Trubuna causaram. Eles não fizeram por mal, fizeram por dinheiro. Só esqueceram que um dos princípios do jornalismo é que a sua credibilidade não pode ser vendida ou trocada por nada.
Reinaldo Azevedo disse, e eu concordo com ele, que "Deixar de publicar uma coluna porque traz um texto considerado, sei lá, incômodo ao governador transforma o veículo em mera assessoria de imprensa".Pior que omitir a informação é não permitir que um jornalista a publique.
O que A Tribuna fez a Elio Gaspari é praticamente uma "censura privada", feita por um órgão particular, não pelo estado. Paulo Hartung pode ou não ter culpa. Isso pra mim está em segundo plano na discussão, mas QUALQUER DENÚNCIA DEVE SER TORNADA PÚBLICA.

Se A Tribuna não publica, eu espalho. Caso ainda não tenham lido:


AS MASMORRAS DE HARTUNG APARECERÃO NA ONU
de Elio Gaspari

O economista bem educado governa no ES um sistema prisional que envergonharia o soba do Uzbequistão Na próxima segunda-feira, dia 15, o governador Paulo Hartung (PMDB-ES) tem um encontro marcado com o infortúnio. Depois de anos de negaças, o caso das "masmorras capixabas" será discutido em Genebra, num painel paralelo à reunião do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Hartung tem 52 anos, um diploma de economista e a biografia de um novo tipo de político. Esteve entre os reorganizadores do movimento estudantil no ocaso da ditadura. Filiou-se ao PSDB, ocupou uma diretoria do BNDES, elegeu-se deputado estadual, federal, e senador. Na reunião de Genebra estará disponível um "dossiê sobre a situação prisional do Espírito Santo". Tem umas 30 páginas e oito fotografias que ficarão cravadas na história da administração de Hartung. Elas mostram os corpos esquartejados de três presos. Um, numa lata. Outro em caixas e uma cabeça dentro de um saco de plástico. Todos esses crimes ocorreram durante sua administração. Desde a denúncia da fervura de presos no Uzbequistão o mundo não vê coisa parecida. As "masmorras capixabas" são antigas, mas a denúncia teve que ser levada à ONU porque as organizações de defesa dos direitos humanos não conseguem providências do governo do Espírito Santo, nem do comissariado de eventos de Nosso Guia. Sérgio Salomão Checaira, presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, demitiu-se em agosto do ano passado porque não teve apoio do Ministério da Justiça para reverter o quadro das prisões de Hartung. Há um mês, uma comitiva que visitava o presídio feminino de Tucum (630 presas numa instituição onde há 150 vagas) foi convidada a deixar o prédio. Se quisessem, poderiam conversar com as prisioneiras pelas janelas. O Espírito Santo tem 7.000 presos espalhados em 26 cadeias, com uma superlotação de 1.800 pessoas. Há detentos guardados em contêineres sem banheiro (equipamento apelidado de "micro-ondas"). Celas projetadas para 36 presos são ocupadas por 235 desgraçados. Alguns deles ficam algemados pelos pés em salas e corredores.

Os governantes tendem a achar que os problemas vêm de seus antecessores, que as soluções demoram e que, em certos casos, não há o que fazer. Esquecem-se que têm biografias
A foto com os esquartejados (Não recomendo que se passe muito tempo analisando as fotos).
[off] Fico imaginando um caso desses antes da internet, quando muito menos gente tinha acesso às informações como é hoje.

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